
Há aproximadamente dois anos e meio, a Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) abriu caminho para que os clubes de futebol adotassem esse formato empresarial. Durante esse período, dezenas de SAFs foram estabelecidas no Brasil, sendo que sete delas estarão na disputa da Série A em 2024: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Cruzeiro, Cuiabá, Fortaleza e Vasco.
Em meio a essa tendência de expansão, é inevitável que mais instituições abandonem o modelo associativo para se tornarem SAFs nos próximos 12 meses. A pergunta que fica é: quais clubes estão mais avançados nesse processo?
SÉRIE A
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Athletico-PR: Destacando-se como exemplo de gestão no país, o Furacão, com finanças em ordem, trabalha nos bastidores para estabelecer uma SAF em 2024, coincidindo com o centenário do clube. Sob a liderança de Mario Celso Petraglia, a diretoria busca investidores com o auxílio da EY e do Bank of America.
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Fluminense: Atual campeão da Libertadores, o Tricolor conta com o suporte do banco BTG para avançar na estruturação da empresa. Sem pressa no processo, a perspectiva mais provável é que o clube implemente a SAF sem a venda de ações, permitindo o acesso a outras formas de captação de receitas e mantendo o controle total do futebol.
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Juventude: Retornando à Série A do Brasileirão, o clube gaúcho tem trabalhado na estruturação da venda da SAF desde 2022, contando com a consultoria da XP e da Bridge Sports Capital. Com propostas já recebidas de potenciais investidores, existe a possibilidade de avançar com a venda ainda neste ano.
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Atlético-GO: O Dragão é mais um clube que busca se tornar uma SAF sem a necessidade de vender ações. A ideia é criar um fundo de investimento que permita ao clube permanecer sob o controle da administração atual, possibilitando parcerias e "blindagem" contra problemas relacionados a dívidas.
SÉRIE B
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Santos: Rebaixado à Série B e com uma nova gestão, o Peixe tem chances, embora remotas, de se tornar uma SAF em 2024. Internamente, há esforços para buscar propostas e persuadir o presidente Marcelo Teixeira a avançar no assunto, com o processo sujeito à aprovação do quadro associativo e do conselho santista.
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Goiás: No final de 2023, o clube aprovou um novo estatuto que extingue o cargo de presidente executivo e institui um Conselho Administrativo para gerir a instituição. Essa mudança possibilita que o clube se torne uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e receba investimentos.
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América-MG: O Coelho, que adotou o modelo SAF desde 2022, está na lista porque ainda busca um investidor para adquirir ações do clube-empresa. Embora diversas propostas tenham sido recebidas e algumas negociações tenham avançado, a venda ainda não foi concretizada, com a possibilidade de mudanças em 2024.
Vale ressaltar que a mudança de modelo não implica necessariamente na venda da SAF, embora seja a prática mais comum. O Fortaleza, por exemplo, estabeleceu o clube-empresa no final de 2023, mantendo 100% do capital nas mãos da associação. Além dos mencionados acima, clubes de outras divisões também estão trabalhando nos bastidores e podem se tornar SAFs nos próximos meses, como é o caso de Santa Cruz, Náutico e Paraná, por exemplo.