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Em entrevista ao ge, o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, expôs sua insatisfação com dívidas acumuladas que ultrapassam R$ 40 milhões, envolvendo quatro grandes clubes do futebol nacional: Corinthians, Santos, Grêmio e Atlético-MG.
Segundo o dirigente, os atrasos estão comprometendo seriamente o planejamento financeiro do Dourado, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro.
— Nós temos hoje quatro clubes que nos devem. O Corinthians deve quase R$ 18,5 milhões ao Cuiabá, com a primeira parcela prevista para 17 de julho, dentro de um plano aprovado na CNRD — afirmou Dresch, referindo-se à Câmara Nacional de Resolução de Disputas.
Além do clube paulista, o Santos também é alvo de cobranças. A dívida gira em torno de R$ 16,3 milhões, referentes à venda do zagueiro Joaquim e outras pendências ligadas a negociações com o Tigres-MEX. Segundo Dresch, o clube da Vila Belmiro não deu retorno às tentativas de acordo, o que levou o Cuiabá a acionar a CNRD.
— Tentamos conversar diversas vezes com o Santos, mas não houve qualquer resposta — disse. O Santos confirmou a dívida e reconheceu que, por enquanto, não tem condições de quitar o valor sem um desfecho jurídico.
O Grêmio também está na lista, com pendência de cerca de 120 mil dólares — equivalente a parte do Cuiabá em uma negociação com o Vitória pelo meia Pepê. O presidente foi direto:
— O Grêmio recebeu o valor em março e deveria ter repassado nossa parte. Não o fez. A situação é lamentável — criticou.
Em nota, o Grêmio disse que tentou um parcelamento da dívida, mas após o acionamento na CNRD, aguarda a decisão final da entidade para efetuar o pagamento.
Já com o Atlético-MG, o imbróglio envolve o atacante Deyverson. A dívida é estimada em R$ 4,6 milhões e segue em julgamento na CNRD. Dresch afirmou esperar uma decisão até outubro deste ano e lamentou a postura do clube mineiro.
— Vendemos parcelado confiando na credibilidade da família Menin. Mas chega a hora de pagar, e o dinheiro não vem. Isso é frustrante.
Valores das dívidas por clube:
Corinthians (Raniele): R$ 18,5 milhões
Santos (Joaquim): R$ 16,3 milhões
Grêmio (Pepê): R$ 700 mil
Atlético-MG (Deyverson): R$ 4,6 milhões
Diante desse cenário, o presidente deixou claro que o clube mudará sua postura em futuras negociações.
— Como vender atleta para quem não honra seus compromissos? Não faz sentido. Existem clubes organizados no Brasil. O Bragantino é um bom exemplo. O Cuiabá depende da venda de jogadores para crescer, seja revelando ou revendendo — declarou.
Por fim, Dresch criticou a disparidade entre os clubes devedores e a realidade do Cuiabá.
— Enquanto estamos na Série B buscando manter nosso fluxo de caixa, esses clubes seguem contratando e gastando. Precisamos recorrer ao mercado financeiro enquanto eles atrasam pagamentos. Isso revolta.