Crédito da Foto: Arquivo / Assessoria
Poucas horas após a decisão judicial que retirou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF, um grupo composto por 19 presidentes de federações estaduais divulgou um manifesto cobrando “renovação no futebol brasileiro”.
O texto, que não menciona diretamente o nome de Ednaldo, marca o início de articulações para a nova eleição presidencial, que deve ser convocada por Fernando Sarney, interventor designado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Ficaram de fora do documento as federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso.
O movimento evidencia o enfraquecimento de Ednaldo entre os dirigentes estaduais. No início da semana, mesmo ainda no comando da entidade, ele convocou uma reunião com os presidentes das federações para discutir o momento político, mas não conseguiu nenhuma manifestação pública de apoio.
Questionado pelo ge sobre o objetivo do manifesto, um dos signatários confirmou que o grupo deve lançar uma chapa própria para a eleição e que o nome do candidato será definido internamente.
Ainda na noite de quinta-feira, o presidente da Federação do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, que também assinou o manifesto, foi até a sede da CBF para conversar com Fernando Sarney.
Enquanto isso, Ednaldo Rodrigues tenta reverter sua destituição por meio de recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). Já Fernando Sarney, indicado como interventor por ser o vice-presidente mais antigo, se comprometeu a convocar eleições o quanto antes. Ele afirmou também que não irá interferir nas decisões do futebol nem nos contratos firmados pela entidade.
Leia o manifesto abaixo:
“MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país.”










