Crédito da Foto: Arquivo / Assessoria
No dia 7 de janeiro de 2024, o Corinthians anunciou com entusiasmo um acordo histórico: o maior patrocínio máster do futebol brasileiro, firmado com a casa de apostas VaideBet, com validade de três anos.
No entanto, o que começou como um feito comemorado, rapidamente se transformou em um dos episódios mais turbulentos da história recente do clube.
Cinco meses depois, em 7 de junho, a VaideBet decidiu rescindir o contrato com o Timão. A decisão veio em meio a denúncias envolvendo possíveis irregularidades no acordo, entre elas a suspeita de que uma empresa laranja teria participado do processo de intermediação.
O caso do suposto “laranja”
A denúncia foi trazida à tona pelo jornalista Juca Kfouri, em coluna publicada no UOL. De acordo com a reportagem, a empresa Rede Social Media Design LTDA, responsável por intermediar o patrocínio, teria repassado parte da comissão recebida do clube para outra firma: a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA.
A Neoway tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, moradora de Peruíbe (SP), que declarou desconhecer qualquer envolvimento com o negócio.
A situação acendeu o alerta na patrocinadora, que já havia enviado uma notificação extrajudicial ao clube, citando violação de cláusulas anticorrupção previstas no contrato.
O Corinthians, por sua vez, respondeu às acusações, tentando afastar os rumores de irregularidades.
Crise interna e impeachment à vista
O escândalo com a VaideBet aumentou a pressão sobre o presidente Augusto Melo, que agora enfrenta quatro pedidos de impeachment. A votação do primeiro processo foi marcada para o dia 26 de maio, em nova reunião do Conselho Deliberativo.
A sessão anterior, realizada em 20 de janeiro, foi suspensa após a admissibilidade do rito de impeachment ser aprovada por uma margem apertada: 126 votos a favor e 114 contra.
A próxima etapa contará com a exposição do presidente da Comissão de Ética do clube por até 30 minutos, seguida da defesa de Augusto Melo pelo mesmo tempo. Logo após, os conselheiros votarão se ele continua ou deixa o cargo.
Quatro frentes de impeachment
Além do caso VaideBet, Augusto Melo responde por outras três denúncias:
Falta de transparência sobre as finanças do clube, especialmente pendências herdadas e não informadas.
Reprovação das contas da atual gestão no seu primeiro ano à frente da presidência.
Pedido apresentado pela Comissão de Justiça do Corinthians, formalizado no dia 7 de maio.
Gaviões da Fiel rompe com Augusto
Em um movimento simbólico, a principal torcida organizada do clube, a Gaviões da Fiel, também rompeu com a gestão de Augusto. Em nota oficial, declarou que não se oporá à realização de reuniões que discutam o impeachment do presidente.
Entre os motivos listados pela torcida estão:
A repetição de erros cometidos por gestões passadas;
Falta de clareza nas decisões e ausência de respostas a questionamentos;
Instabilidade interna e retorno de nomes com histórico de oposição;
Falta de planejamento e transparência na condução do clube.
A Gaviões também fez exigências diretas à presidência:
Respostas objetivas sobre questões pendentes;
Um plano de gestão com prazos claros;
Apresentação do orçamento de 2025 e relatórios financeiros trimestrais.
O Corinthians atravessa um dos períodos mais delicados de sua história recente. A saída da patrocinadora, somada à instabilidade política e ao racha com sua maior organizada, coloca em xeque o futuro da atual gestão e do próprio clube.










