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O rebaixamento do Cuiabá Esporte Clube para a Série B do Campeonato Brasileiro trouxe preocupações profundas sobre as consequências econômicas para a capital mato-grossense. A presença do clube na Série A vinha sendo uma vitrine para a cidade, impulsionando diversos setores, especialmente turismo, comércio e serviços.
Luiz Carlos Nigro, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (SHRBS), lamentou a queda e destacou o impacto direto na visibilidade da cidade. "Estar na Série A proporcionava uma publicidade espontânea e gratuita para Cuiabá, com transmissões nacionais que levavam o nome da capital para todo o Brasil. Perdemos essa exposição, e o setor turístico também sofre, já que os jogos atraíam visitantes, movimentando hotéis, bares e restaurantes, além de transporte e vendedores ambulantes", explicou.
O impacto na economia local é amplificado pelo menor fluxo de torcedores para a Arena Pantanal. "A Arena vinha deixando de ser um elefante branco, recebendo grandes jogos que traziam público do interior e de outros estados. Isso movimentava shopping centers, táxis e até vendedores informais. Com o rebaixamento, tudo isso diminui significativamente", acrescentou Nigro.
Andreza Magalhães, conhecida como “A Cuiabanista” e torcedora fervorosa do Dourado, compartilhou sua preocupação. "O clube precisará fazer cortes de gastos, gerando desemprego. A menor presença de público no estádio afetará diretamente os vendedores e a economia em torno da Arena Pantanal", comentou.
A jornalista esportiva Bia Abrahão destacou que eventos como a final da Supercopa do Brasil, que trouxe milhares de torcedores à cidade, serão menos frequentes. "A Série B não terá o mesmo apelo, o que afetará desde hotéis e restaurantes até o transporte por aplicativos, que costumavam registrar alta demanda em dias de jogos importantes", afirmou.
Rebaixamento confirmado
A queda do Cuiabá foi consolidada na última terça-feira (26), com a vitória do Juventude sobre o Atlético-MG. Mesmo vencendo seus três jogos finais no Brasileirão, contra Bahia, Fluminense e Vasco, o clube não alcança mais o 16º colocado.
Após quatro temporadas na elite, incluindo participações na Copa Sul-Americana, o Dourado retorna à Série B, onde não jogava desde 2020. Fundado há 23 anos, o Cuiabá havia trilhado um caminho ascendente até então, subindo para a Série C em 2011, alcançando a Série B em 2018 e chegando à Série A em 2020.
Agora, o desafio é reconstruir a trajetória do clube e minimizar os impactos econômicos e sociais na cidade, que precisa se ajustar à nova realidade esportiva.