Crédito da Foto: Arquivo / Assessoria

A partir da meia-noite deste domingo (25), a Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) ficará oficialmente sem presidente. Chega ao fim o mandato de Aron Dresch, e, diante da indefinição jurídica que envolve o processo eleitoral da entidade, os dirigentes de clubes com direito a voto aguardam agora por uma intervenção — seja por decisão da Justiça ou da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A nomeação de um interventor será o passo necessário para que a eleição de um novo presidente possa ser marcada. O pleito, que inicialmente aconteceria em 3 de maio, foi suspenso pela Justiça, com aval do Ministério Público Estadual (MPMT), que apura uma série de denúncias graves, incluindo compra de votos, coação a dirigentes e até falsificação de documentos. As suspeitas foram determinantes para a paralisação do processo eleitoral.
Batalha judicial entre chapas
A disputa pelo comando da FMF ganhou contornos judiciais a partir das reivindicações da chapa de oposição “Federação para Todos”, liderada pelo empresário Dorileo Leal. O grupo exige a divulgação da lista oficial dos votantes, com o peso de cada voto, além de transparência em todo o processo, que até então vinha sendo conduzido de forma sigilosa pela atual gestão.
Outro ponto que fortaleceu os questionamentos foi a tentativa de reeleição de Aron Dresch. De acordo com a Lei Pelé, um dirigente só pode ser reeleito uma vez, o que inviabilizaria a candidatura de Dresch à sua segunda reeleição consecutiva.
Além disso, a chapa situacionista “Progresso no Futebol” impediu que a Associação Camponovense, de Campo Novo do Parecis, exercesse seu direito a voto, o que gerou mais uma ação judicial contestando a legalidade do processo.
Comissão Eleitoral destituída e novas decisões judiciais
Durante o andamento do imbróglio, Aron Dresch chegou a destituir a Comissão Eleitoral que havia sido formada por juristas da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem (CBMA). A medida foi criticada e intensificou ainda mais o embate jurídico entre as chapas.
Na decisão mais recente, datada de 8 de maio, a desembargadora Anglisey Sollivan de Oliveira rejeitou o pedido de reconsideração feito pela defesa de Dresch. Ela manteve a decisão anterior que negou efeito suspensivo ao recurso apresentado, sustentando a validade das decisões anteriores.
Com o mandato encerrado e sem nova eleição definida, o futuro da FMF agora depende da nomeação de um interventor, que conduzirá o processo de transição e organizará o novo pleito para escolha da diretoria.