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O confronto, válido pela penúltima rodada, apresentou momentos de drama e desilusão. A equipe dirigida por António Oliveira estava em vantagem de 2 a 0, mas cometeu deslizes que permitiram o empate. Pedro Raul emergiu como o salvador ao marcar o terceiro gol aos 49 minutos do segundo tempo, proporcionando um suspiro de alívio.
Apesar de todos os esforços para buscar a vitória, a equipe corintiana não obteve sucesso. Para manter viva a esperança de avançar para a fase eliminatória, os corintianos precisavam que Mirassol e Inter de Limeira não vencessem seus confrontos na noite de sábado. Embora os mirassolenses tenham perdido por 1 a 0 para a Portuguesa, a equipe limeirense superou o Ituano por 2 a 0.
A vitória concedeu ao Corinthians mais três pontos no Grupo C, totalizando 13 em 11 jogos, com apenas uma rodada restante na fase de classificação. Contudo, mesmo que vença o Água Santa na partida derradeira e alcance no máximo 16 pontos, a equipe não tem mais chances de avançar. Isso se deve ao fato de a vice-líder Inter ter atingido 17 pontos, um a menos que o líder Red Bull Bragantino. O Mirassol, ocupando a terceira posição com 14 pontos, é o único que poderia ser ultrapassado pelo time da capital.
Apenas a torcida do Corinthians conseguiu se animar com o jogo nos primeiros 45 minutos na Neo Química Arena, em Itaquera. Apesar da necessidade de ambas as equipes somarem três pontos, o confronto não foi empolgante. O time corintiano entrou em campo com a esperança de se classificar para a fase eliminatória do Estadual. Desde a derrota para a Ponte Preta, os jogadores sabiam que não dependiam mais apenas de suas próprias forças, pagando por um início irregular sob o comando de Mano Menezes, quando ficaram cinco rodadas sem vencer. O Santo André, por sua vez, enfrenta uma situação mais delicada, lutando para evitar o rebaixamento.
O Corinthians foi superior, mas a equipe ainda não percebeu a necessidade de utilizar Wesley com mais frequência e em diferentes contextos, aproveitando sua velocidade em arrancadas com a bola dominada e em conjunto com um companheiro que o acompanhe pelo meio. Quando a equipe compreender que seu jogo deve ser mais incisivo pela esquerda, poderá colher mais sucessos. Atualmente, o lado direito é mais explorado, com Wesley levando vantagem em duelos individuais até a linha de fundo. No entanto, é crucial aprimorar a precisão nos cruzamentos, pois houve muitos erros nesse fundamento.
O responsável pelas jogadas de bola parada foi Garro, que dominou todas as situações, desde faltas até escanteios. Esse fundamento, outrora decisivo no futebol brasileiro, perdeu relevância nos últimos anos, mas Garro mostrou dedicação extra nos treinos. A bola permaneceu disputada entre as duas equipes, com o Santo André apostando em ataques, porém sem grande qualidade. Mesmo na defesa, a equipe do ABC estava bem posicionada, criando dificuldades para os corintianos. Essa situação durou até os 12 minutos, quando Yuri Alberto fez o primeiro gol após uma jogada ensaiada de bola parada. No entanto, o atacante tocou a mão na bola antes de ela entrar, e o VAR revelou a irregularidade, anulando o gol para a tristeza da Fiel.
Após esse momento, o jogo entrou em um estado de apatia, com esforços visíveis, mas sem qualidade e finalizações precisas. Todas as jogadas acabavam fora do alvo ou nas mãos dos goleiros. As defesas se mostravam soberanas, até que Fagner encontrou Maycon no meio da área do Santo André, em um belo lançamento do meio de campo. O volante moderno dominou no peito e, com a canhota, marcou o primeiro gol aos 33 minutos do primeiro tempo.
O Santo André voltou para o segundo tempo com uma postura mais agressiva. Cássio teve que realizar duas boas defesas nos primeiros dez minutos, sendo uma delas um lance que poderia ter se transformado em um gol olímpico. O goleiro tocou na bola antes de ela atingir o travessão. O Santo André pressionou o Corinthians em sua defesa, sendo mais perigoso do que nos primeiros minutos de toda a etapa inicial. Cássio despertou, e o Corinthians mudou sua intensidade, optando por manter a posse de bola sem pressa, fazendo o tempo passar.
Uma das poucas oportunidades de ampliar a vantagem surgiu em uma cabeçada de Yuri Alberto no meio da área, livre, mas nas mãos do goleiro. Esse lance motivou os corintianos, que atacaram sucessivamente até a finalização para fora de Fausto Vera. Logo em seguida, Yuri balançou as redes e marcou o segundo gol em Itaquera. A defesa do Santo André estava desorganizada, e o time apostou no empate, desconsiderando a atenção ao setor defensivo.
O que inicialmente parecia definido transformou-se em um drama para os corintianos. O Santo André abandonou a postura defensiva e partiu para o ataque, sem medo e sem olhar para trás, como deveria ter sido desde o início do torneio. Assim, conseguiram empatar com gols de Bruno Michel e Lohan, silenciando a Neo Química Arena. Tentaram manter o resultado até o fim, mas não conseguiram. Aos 49 minutos, Pedro Raul, de cabeça, fez o estádio em Itaquera pulsar novamente.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 3 X 2 SANTO ANDRÉ
CORINTHIANS – Cássio; Fagner, Félix Torres, Gustavo Henrique e Hugo; Raniele, Maycon (Fausto Vera) e Rodrigo Garro (Gustavo Mosquito); Romero (Pedro Henrique), Yuri Alberto (Coronado) e Wesley (Coronado). Técnico: António Olivera.
SANTO ANDRÉ – Luiz Daniel; Júnior Caiçara (Bruno Michel), João Victor (Ariel), Afonso e Igor Fernandes; Reis, Geovane, Dudu Vieira e Marciel (Enzo); Léo Passos (Lehon) e Cléo Silva (Felipe Ferreira). Técnico: Márcio Fernandes.
Gol – Maycon, aos 33 minutos do primeiro tempo; Yuri Alberto, aos 26, Bruno Michel, aos 34, Lohan, aos 41, e Pedro Raul, aos 49 do segundo tempo.
Cartões amarelos – Afonso, Reis, Gustavo Henrique, Fagner e Pedro Raul.
Árbitro – Flávio Rodrigues de Souza (SP).
Público – 43.379 pagantes
Renda – R$ 2.656.331,00
Local – Estádio Neo Química Arena, em São Paulo.