Crédito: Assessoria / Arquivo

Cuca está de volta ao comando do Atlético-MG com contrato de duas temporadas. A nova passagem pelo clube marca o segundo trabalho do treinador desde a anulação de sua condenação por estupro na Suíça – o primeiro foi no Athletico-PR, onde atuou entre março e junho deste ano. Entenda a situação jurídica de Cuca:
O caso remonta a 1987, quando o então meio-campista do Grêmio e outros três jogadores foram acusados de abuso sexual contra uma adolescente de 13 anos em Berna, na Suíça, durante uma excursão do clube. Segundo investigações da polícia suíça, a jovem foi levada ao quarto dos atletas, onde teria ocorrido o abuso.
Os quatro jogadores ficaram presos por cerca de um mês e foram liberados após o pagamento de fiança de 15 mil francos suíços. Em 1989, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência, enquanto Fernando foi absolvido dessa acusação, mas condenado por outro ato de violência. Nenhum deles compareceu ao julgamento.
O caso voltou a ganhar repercussão em 2023, quando Cuca assumiu o Corinthians, mas deixou o cargo após apenas dois jogos devido à pressão da torcida. Na época, documentos da Suíça indicavam que havia provas contra o treinador, incluindo reconhecimento pela vítima e vestígios de sêmen. Cuca sempre negou as acusações.
Posteriormente, o treinador contratou advogados para reabrir o caso, alegando que o julgamento de 1989 ocorreu sem sua presença ou defesa adequada. Em janeiro de 2024, a Justiça Suíça anulou o processo, sem entrar no mérito da acusação, considerando que o julgamento foi realizado de forma irregular. Além disso, Cuca foi indenizado em 9,5 mil francos suíços (cerca de R$ 50 mil).
Cuca comentou o desfecho por meio de nota oficial:
– Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos oito meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus.
Embora o caso tenha sido encerrado judicialmente, a anulação não absolve o treinador das acusações, mas o retira do status de condenado.